sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Hoje, “ficar” vai muito além de beijos e abraços

Certa noite, após ministrar uma palestra sobre relacionamento pais e filhos adolescentes, num seminário sobre relacionamento conjugal, um jovem casal me procurou para dizer que estava surpreso com as minhas colocações. Eles, uma garota de 17 e o rapaz com 19 anos, comentaram que era a primeira vez que escutavam um adulto falar de forma tão apropriada sobre os sentimentos dos jovens. Fiquei feliz com o comentário, mas entrei em alerta porque senti que aqueles dois eram fontes riquíssimas de experiências – e estava certa.
Além de confirmar todas as situações que eles já viveram e também experiências de seus amigos, cheguei à conclusão que ainda desconheço muitas coisas. Num determinado capítulo do livro “A juventude nunca fica órfã” eu coloco que hoje “ficar” entre os jovens vai mais além de beijos e abraços. O que me deixou literalmente de boca aberta nessa conversa é que naturalmente eles “acrescentaram” que existem grupos de jovens que se dispõem a ter relacionamento sexual com quem surgir à frente. “Tia, eu já transei com sete caras, mas, tenho amigas, de 14 anos, que transam isso numa noite...” Com essa revelação quase caí! Lembre-se que essa é a afirmação de uma garota de 17 anos.
Procurei saber um pouco sobre a estrutura familiar das tais amigas da garota. Não foi surpresa saber que “não existe estrutura”. Essas meninas não têm quem possa impedir que a promiscuidade aconteça. Muitas delas são frutos de relacionamentos casuais, sem vínculos afetivos. Essas garotas buscam algum tipo de apoio emocional e, como não existe coração órfão, elas encontraram refúgio nos relacionamentos sem nenhum compromisso ou cuidado. Pelo menos nos momentos de badalação, elas têm quem cuide, proteja e dê o mínimo de carinho. Depois? Depois segue-se uma busca desenfreada que lança em cada novo relacionamento a possibilidade de surgir um “príncipe encantado”.... Mas, o que elas realmente querem é a proteção, carinho e cuidado de um amor incondicional, o amor de pai e mãe biológicos ou afetivos. Essa é a realidade de uma juventude carente que GRITA por socorro! E o que você vai fazer para mudar essa situação?

Um comentário:

Célia disse...

Chocante, mas infelizmente real. temos que descruzar os braços, atender a esse pedido de socorro.
Excelente postagem Van!

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